terça-feira, 5 de dezembro de 2017

FALA AÍ BRASIL... JOÃO AYRES (XI)

Tragédia número 4

Quando ele se casou achava que seria ou pensava que estaria casado a vida inteira ou que seria para a vida inteira.
Ele que se lembra no verbo lembra em primeira conjugação ar do substantivo casamento. Ele que sabe que na raiz o substantivo casamento aponta para um terreno com habitação instalada.
Ele tomado pela palavra casamento em sua raiz casamentum. Ele sentado naquele terreno com habitgação instalado a olho para um lado e para o outro e a pensar na sua grande conquista. Ele que no fundo de sua alma queria o melhor para si e para a tal esposa que o traiu friamente no verbo trair. Ela que disse que iria esfriar ou ser indiferente ao mesmo caso ele não conquistasse mais bens materias no substantivo vida que aqui pode funcionar como sinônimo de existência.
Ele que agora apresenta considerável protuberância abdominal devido ao fato de que teve que engolir sapos durante toda sua existência. Ele que sente em seus pesadelos os sapos entalados em sua garganta. Ele que em seus pesadelos noturnos ouve do verbo ouvir alguém sussurrar em seus ouvidos a expressão popular- Uma hora a cobra vai fumar-.

Ele que já desconfiava da tal esposa faz tempo. Ele que já desconfiava da esposa antes mesmo de se casar com a referida. Ele que nunca goitou do substantivo traição. Ele que sabe que a tonicidade neste caso recai sobre última sílaba.

Ele que recebe um telefone em sua nova casa de alguém que pergunta sobre sua mulher adúltera. Ele que indaga ou pergunta ou quer saber de forma desesperado quem está falando do outro lado da linha. O tal alguém enquanto pronome indefinido que não quer se comprometer com nada. O tal alguém que desliga o telefone e que não ousa ligar mais haja visa o fato de que,

Ele que não tem coragem de comentar tal coisa dias antes do casamento.
Ele que no fundo de sua alma pressente que algo terrível pode acontecer.


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