segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

FALA AÍ BRASIL... PATRÍCIA PORTO (XXII)

Quando sonham os donos dos porcos
Há um disposito na manga.
Ele resgata pessoas do cume
onde internautas sobem em peregrinação para tirar o self do ano.
Há um limite de dor estampado em camisetas coletivas. É o seu.
Senhoras servem chá de caridade aos diferentes. Os diferentes não bebem o chá.
Noite sem o menino Jesus. Morreu de bala perdida sem magos ou ressentimento.
Papai Noel é o irmão gêmeo do bicho papão, mas só come menininhas.
A coca vende energia em cola.
A terra é plana, chata e vesga.
Cassandra está dormindo na fila do despejo. Não traz seu tempo de volta.
Meus olhos estão sujos de lágrimas.
Pessoas perfeitas me dão fobia.
Mas tenho meu dispositivo na manga.
Dezembro é um edifício de areia
que precisa ser implodido na base.
Em todo peito uma bala escorre.
O silêncio vale todo ouro do mundo.
Estamos morrendo por antecipação porque morremos de medo
e há tristeza demais pra carregar nos bolsos rasos das calças.
Amém. Vou dormir contando carneirinhos pro abate.



1 comentário:

  1. fortíssimo, belíssimo, vou dormir contando carneirinhos pro abate
    parabéns fiquei emocionado, fui tocado pelo seu trabalho

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Toca a falar disso